A MESMA BOCA QUE MORDE, É A QUE ME LAMBE: UMA ADOLESCENTE QUE BUSCA ENTENDER A RAIZ DA ANSIEDADE
Por Lana Santos 2B 2022
Ao longo da história, existiram diversas epidemias e doenças que atormentaram uma geração. A peste negra assolou milhares, e junto com a doença bovina etc. sufocaram e levaram milhares e milhões. Contudo, todas tiveram algo em comum. Após a humanidade errar e falhar continuamente ao achar uma cura para tais males, sempre conseguiram diminui-las. Métodos foram aperfeiçoados e usados para proteger a futura geração de ser atormentada pelos demônios da antiga geração.
Contudo, vivemos em dias em que as tecnologias nunca estiveram mais aprimoradas e melhoradas, e em que existem médicos e especialistas para todos os tipos de males e dores. Mas, por mais que existam livros, remédios, palestrantes e uma massiva quantidade de pessoas da antiga geração aconselhando e dizendo que existe uma saída, presenciamos cada vez mais o aumento de usuários de drogas, remédios e vítimas da maior epidemia já vista. Uma que não é física, mas, mental: a ansiedade.
Contudo, meu ponto, tendo em vista meu público não é apontar o problema, pois o conhecemos muito bem, mas sim determinar o seu método subliminar e mortal de contágio.
Mas como seria possível uma limitação mental como a ansiedade ser transmitida? Isso não é logicamente possível é claro, não existe teoricamente um método de contágio.
Contudo, para sufocar as epidemias durante a história foram necessários pensadores que se penduraram em sua imaginação ao refutar as mais absurdas teorias e fazer outras piores. Esses homens e mulheres se lançaram de cabeça em uma busca incessante por determinar o método de contágio das epidemias, pois quando descobrimos o motivo, podemos encontrar o modo de sufocá-lo.
Depois de um aprofundamento incessante e mental que me obriguei a fazer para encontrar a raiz desse surto, encontrei a chave de seu mortal e terrível contágio nos dias atuais. É claro que pessoas ansiosas que colheram os frutos do seu sufocamento pessoal sempre existiram durante toda a história. Mas, não nos assusta ver esse número mais crescente? Os índices que crescem, e junto com eles índices de aperfeiçoamento e criação de novas tecnologias que buscam facilitar o caminho e assim, nos fazendo evitar de encararmos conflitos e os desafiá-los.
Vivemos em um tempo em que ao invés da antiga geração buscar eliminar seus demônios e suas limitações para os mesmos não caírem sobre nós, os mesmos decidiram construir e aprimorar muletas, onde podemos conviver com essa incessante epidemia e achar que estamos bem lidando com ela. Ou nos afogarmos em falsas verdades e prazeres construídos e manipulados para sucumbir nosso prazer e mascarar a dor e a luta, assim vemos que somos estimulados a ter esse mal.
Descobri, então, que existem dois meios de contágio para a ansiedade, o antigo que assolou milhares e o novo que sucumbe milhões.
O mais antigo e obvio é a influência que sofremos do meio em que vivemos, quando constantemente somos bombardeados por mentiras e inseguranças vindo de um núcleo familiar instável.
Contudo, o mais recente e mortal é a estimulação que sofremos. Como adolescente, vejo minha própria experiência. Ouvir músicas, como de Billie Elish, e ver séries, como Euforia que mostram e falam intimamente sobre ansiedade, me leva a almejá-la, a me esconder nela.
Ao mesmo tempo, não desejo tê-la, pois é um empecilho em nosso caminho, contudo, a ter também nos dá uma desculpa para fazer o que queremos e não o que precisamos fazer, e não nos sentirmos culpados por não conseguirmos executar o inevitável, pois temos um mal que nos assola.
De modo algum, desejo negar a complexidade dessa doença, mas trazer à tona que somos estimulados a tê-la e a não a enfrentar.
As mesmas pessoas que nos mostram o remédio antidepressivo são aquelas que nos dizem que não tem problema termos ansiedade ou fugir de nossas responsabilidades. A solução que tanto desejam promover é a causa de termos que engolir desculpas em nome de um atestado.
Os adultos devem parar de mastigar nossa comida, mas colocá-la em nossa frente até que possamos comê-la sem vomitar.
Fonte da imagem: <https://pixabay.com/pt/vectors/medo-ansiedade-depress%C3%A3o-mulher-6562668/>